MIL ALDEIAS - BOA FOUNDATION

A campanha “Mil Aldeias” visa apoiar ações de soberania em comunidades comprometidas com a sustentabilidade e o meio ambiente em todo o Brasil.

A proteção do meio ambiente começa com a participação da comunidade local e sua autonomia diante de sua atualidade e seu destino.

O principal objetivo da iniciativa é a arrecadação de fundos para financiamento de diversos projetos desenvolvidos por estas comunidades, além de uma série de iniciativas voltadas para a proteção de suas terras, culturas e meio ambiente.

A curadoria e consultoria da campanha conta com participações de Ailton Krenak, Angela Mendes, Benki Piyãko, Glicéria Tupinambá, Pietra Dolomita, Tsitsinã Xavante e outras lideranças indígenas, quilombolas, ribeirinhas, etc.

A campanha está sendo impulsionada por ativistas e artivistas – músicos, fotógrafos e cineastas – que participaram na realização de um videoclip musical sobre preservação da cultura dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos em prol do Dia do Meio Ambiente, com trilha sonora interpretada por mais de 30 artistas, como Arnaldo Antunes, Margareth Menezes, Zélia Duncan, Nando Reis, Roberta Sá, dentre outros.

8- RESEX Chico Mendes: instalação de Internet satélite para o fortalecimento da uma rede para o fortalecimento das cooperativas locais.

9- Quilombo de Samucangawa: instalação de Internet satélite para divulgar as reivindicações da comunidade diante de seu território.

10- Yawanawá (Amparo): instalação de Internet satélite para início das atividades educacionais da Escola e Universidade Nixiwaka.

11- Kaiowá (aldeia cujo nome permanecerá em sigilo): construção da casa de rezo local com o apoio da comunidade.

12- Diversas aldeias: apoio à criação de um aplicativo para vendas de artesanato indígena, quilombola e ribeirinhos sem intermediários.

A BOA Foundation trabalha desde 2015 com povos indígenas e outros defensores do meio ambiente, escutando suas lideranças e apoiando projetos de base e autonomia comunitária. Diversos projetos já foram concretizados e atualmente oito estão ativos para receber recursos, entre reflorestamento, proteção de territórios, apoio à saúde, alimentação tradicional, construção de centros culturais e espirituais, biblioteca, escolas. Desde sua fundação, 1.468 hectares foram diretamente impactados, mais de 2 milhões de dólares (aproximadamente 10 milhões de reais) foram doados, 73 encontros culturais e mais de 40 alianças com anciãos indígenas foram promovidos em todo o mundo.

Muitas comunidades têm percebido alterações drásticas em seus ecossistemas devido às mudanças climáticas. Algumas nascentes estão secando e a terra está perdendo seus nutrientes, o que dificulta o cultivo dos alimentos. Os indígenas já possuem dentro dos seus conhecimentos tradicionais soluções para a recuperação desses lugares através de práticas agroflorestais, no entanto, hoje precisam de apoio financeiro para colocar em prática seus projetos e conhecimentos, pois o mundo não é mais o mesmo.

Em algumas aldeias as práticas tradicionais alimentares e da medicina local sofreram o impacto da imposição das práticas do mundo ocidental. Com as mudanças alimentares, muitos indígenas tiveram os seus sistemas imunológicos fragilizados e também desenvolveram doenças crônicas como diabetes, pressão alta e problemas cardíacos, entre outros. A pandemia da Covid-19 levou muitas pessoas a óbito ou deixou sequelas que persistem até hoje. Sabe-se que as comorbidades, doenças que migraram para o seio destas comunidades através do contato com a população envolvente, trouxeram ainda mais vulnerabilidade e dependência para suas populações.

Além disso, como consequência de um sistema de saúde público precarizado, muitas pessoas ficaram sem o devido atendimento. Felizmente essa não é a realidade de todas as aldeias, pois muitas delas já possuem suas maneiras de tratar a Covid e outras doenças e também ainda guardam seus conhecimentos alimentares tradicionais.

Muitos projetos foram inaugurados pelos próprios indígenas, afro-descendentes, ribeirinhos, povos da floresta, etc. para sua soberania, mas estes precisam de apoio para serem desenvolvidos ou terem continuidade.